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10 de setembro de 2008

Restauro - Austin Cooper S MKI (1965) (# 9)

Na última mensagem haviamos ficado com a moral bastante 'em alta', mas eis senão quando numa inspecção mais atenta à parte de baixo do carro, sob o suporte do lado direito do motor, se detecta um pingo de óleo qual malfadada estalactite...
(Resolvi dar aqui conhecimento desta situação porque o problema - para muitos, estou convicto, elementar, mas para nós amadores uma dôr de cabeça... - teve origem, aquando da montagem do motor, numa avaliação 'ligeira' do estado dum componente, simples, mal concebido, mas - sabemo-lo agora - carecendo portanto dum controle prévio bastante mais rigoroso...)
Não esquecendo que as máquinas Inglesas, sejam de 2 ou 4 rodas são tidas em alta consideração por marcarem sempre o 'território'... mas neste caso, nem pensar em viver com a fuga ainda que muito pequena, até porque sendo 'estática' indiciava um mau aperto, empeno ou fissuração, situação que - com o carro em funcionamento - ir-se-ia certamente agravar.
Cada cavadela uma minhoca...
Reunido o 'conselho técnico', várias hipóteses foram avançadas, passando pela deslocação do óleo ao longo do perno de aperto da tampa e saída pela junção desta com o suporte do motor (local onde se manifestava) outras pela fissuração da tampa, etc...considerando o ponto onde o óleo aparecia...mas as aparências iludem e o óleo segue caminhos sinuosos e preferenciais que devem ser considerados nestes casos...
Baseado neste 'diagnóstico' e considerando que estava fóra de causa retirar o motor (!) foi decidido aplicar no local - e confinando deste modo a fuga - uma pasta (resinas) vulgarmente conhecida como 'soldadura a frio'.
Consideradas várias, e após consulta na net, como a Devcon Titanium (mas que carecia, caso futuramente se tivesse de retirar, da utilização de ferramentas especiais dada a sua dureza depois da resina curada) a um preço astronómico - mas existente na nossa 'oficina', just in case! - e outras mais vulgares/baratas como a Pattex Nural , neste caso tipo '21', que selecionámos.
Esvaziado o carter, limpeza rigorosa do local da fuga com solvente - até onde se podia ver e ir - aplicada a resina, dado o tempo de cura, verificado e ...novamente o malfadado pingo de óleo (mesmo com o carter vazio!!)...
Feita nova limpeza com solvente, a fuga parou ... mas só aparentemente ... visto que atestado o carter, verificação umas horas depois e lá estava ela de novo...
Alto! não pode ser...com mais uns contorcionismos, alargámos/subimos a zona de inspecção e lá estava ela...saindo da parte inferior da tampa da 'distribuição'... numa zona entre-parafusos escorrendo num trajecto, antes impensável.
Nitidamente um empeno da tampa ou problema na junta...mas tinha sido tudo montado com rigor?!!
À frente desta tampa e montado na ponta da cambota, está o volante/amortecedor de vibrações (não esquecer que estamos a falar dum motor de 'S', 'volante' este inexistente nos Cooper e outros Minis da época).
Decidido desmontar o volante, para tal, fóra com o radiador, ventoinha, etc...sem riscar nada!!
Com acesso total á tampa (de forma oval) a fuga era no 'pólo' inferior na tal zona entre parafusos...e porquê? Porquê também fuga com o carter 'vazio' ? => nesta zona, constatámos então, fica sempre uma pequena quantidade de óleo - que alimentava a tal fuga - não correspondendo, portanto, á condição de carter vazio...
Não haviamos controlado com rigor a planicidade da tampa e fruto de muitos anos (mínimo 43) de montagens e desmontagens esta , na zona dos furos estava 'encabeçada', não permitindo aperto nas zonas de vedação. Conferimos que a junta estava OK e a aplicação de cola-silicone tinha sido feita correctamente.
Foi desempenada, feito o controle de planicidade utilizando também o 'azul da prússia' num plano (vidro) , lixando e controlando sempre as zonas de vedação...(segue)